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quinta-feira, 14 de março de 2024

Olhar magoado


Ouço uma voz dolente

Trazida pelo vento

Duma triste canção

A me açoitar!


Esta canção é minha

É nossa

Uma canção magoada

Do poço de melancolia

Dos nossos ancestrais!


Viestes murmurar

Em meus ouvidos

Com o teu hálito suave

Temperado de mar!


Revolvendo a areia quente

Do peito, solidão

Abrindo em ferida

O meu pobre coração!


Sinto a tua voz mansa

Resignada

Teus olhos dois diamantes

Olhar lânguido, de luar!


A repetir o mesmo refrão:

esta canção é minha

é nossa, meu irmão!


Nice Veloso.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Fragilidade

Nada que eu perceba ou sinta 

se iguala a minha fragilidade.

Nem mesmo uma frágil flor

quando vai caindo 

— pétala por pétala!

No silêncio do olhar

do que está perto

— d'um sentir profundo... manifesto!

Um pequenino ponto

solitário no universo

Entre chuva, tempestade

Eu, rima e verso!


Nice Veloso.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Lançamento. Coletânea do grupo Piauí Poético. OXENTE Poemas Nordestinos





Sons eternais

Uma sinfonia ecoou no universo.
Trazida por um tempo voraz.
Vinda dos corações aflitos
Vivem em busca de um mundo de iguais!
Hoje os nossos olhos marejam!
Respingam gotas de alma
Que pede calma
Na avenida dos umbrais!
Para vê o mundo unido.
Várias cores e sons eternais!
Debruço-me nos sonhos.
Ouço o sussurro do vento — lamento!
As canções que fiz
Não entreguei
Nem farei… jamais!
Guardo o carinho de um pai!
Na visão de um sonhador
A boa ação é exemplo eficaz!

Nice Veloso.
 

Arcano

Ouço gemidos

Vindos de outros oceanos

Brumas negras…

O Bardo segue em busca

de arcano!

O mundo precisa de luz!

Vinda dos corações humanos

Para destruir as fibras de aço.

Do sacarmos

Dos desalmados, tiranos!

Adornar de pérolas nitentes

da lucidez de ser bom

para se fazer luzente.

Transbordar o mar

Rasgar o horizonte

Explodir de amor

as insanas, mentes!

Oh! Mundo, oh! Mundo!

Vejo as gerações futuras

em meio estes fossos!

Há de fartar de luz

para cegar os vermes miseráveis!

Assim, as vidas poderem escalar

a montanha do impossível

fartar-se das maravilhas

do saber e da luz divina!


Nice Veloso

Errante


 

Eu e meu poeta favorito: Cecilia Meirelles

Leio e releio os teus poemas!

Meus olhos a enxergar imensidão.

Marejam com a musicalidade

Que fez poeta meu coração!

Perpassando entre linhas tão rimados:

São versos líricos em forma de canção!

Vejo a bailarina sorridente

No céu silente da ilusão

Seus pés doridos rodopiam no chão.

Bailam no palco da incerteza.

Perde sempre ao escolher, o sim ou o não.

Voo entre os poemas majestosos.

Na rutilância do teu coração

Um eu ricamente apaixonante

Iluminado pela solidão!

Tatuei teus versos nos meus sonhos.

Não sou alegre nem triste.

Sou poeta... Não sou fria! Isso não!

Sol e lua que fulguram os meus dias.

Feito chuva molhando o verão 

Por que a tenho eternamente 

Em minhas mãos!

És minha Diva da poesia!

Indelével melodia

Sol da minha solidão!


Nice Veloso

 

Eu e meu poeta favorito.







 

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Não consigo dormir

 

Não consigo dormir!


Tento remendar a minha alma

Que rompe neutra

a cada sonho dissipado

— na estrada pedregosa desta vida malograda!

As mãos vagarosas 

que desenha reticentes pontos à escrita

Na geografia da vida 

Que impulsiona e define

O ser poeta!

Os amores, as paixões

de tantos castelos erguidos

As flores da existência 

— o tempo — perderam-se de vista.


Nice Veloso


#poesia #poema #poemaautoral #literatura #literatura #literaturabrasileira #diadopoeta #arte 

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Medos que persistem da infância

Sinto-me triste, agora!

Ao lembrar

das nódoas nas minhas roupas 

que adquiria na infância 

quando brincava entre os cajus e bananeiras

A minha mãe, batia-me por isso

— não se compara

Com as páginas escuras

da vida que vivencio a cada hora!

A névoa que encobre o sol de quem padece!

Com os gemidos que ecoam

Dos quatro cantos do universo. 

Os meus olhos vermelhos

transbordam lágrimas

da dor no peito que não se acalma

do frio vento que dilacera a alma!

Sonhos perdidos no tempo 

Feito sementes plantadas em lajeado. 

Vejo anjos de asas quebradas

Profecias que não se enquadram

São páginas da vida, manchadas!

Tudo por uma vaidade ridícula.

Mentes doentias

Querendo fazer-se criador

Ceifando vidas por amor?

Fazendo crer

Ao pobre desditoso

Que o seu intento é virtuoso!

Ah! Que melancolia lancinante!

Os medos que persistem, da infância!

Dos homens mascarados encobrindo

O seu real semblante!


Nice Veloso.

Seres libertários

Uma linda sinfonia

ecoa no universo!

Para girar os carrosséis

De novas dinâmicas sociais

Vinda dos corações verdadeiros

De gigantes filósofos e humanistas 

Que bradam por igualdade, paz e justiça!


Seja um farol de esperança 

Para iluminar

os cantos escuros do mundo

Acreditem na força do diálogo 

Para fomentar laços de amizade e confiança


Somos defensores dos Direitos Humanos 

Que tudo depende 

da nossa compreensão 

através da nossa cultura e educação!


As ações 

São para iluminar as árvores-da-vida!

Com ramos verdes de esperança 

Enfeitar e colorir à terra 

com as flores da equidade, empatia e tolerância.


Ações de solidariedade

no solo da inclusão

Estendendo as mãos 

Com fraternidade

No âmbito global

Diminuir a violência, a fome.

Melhorar a estratificação social.


É preciso distinguir

O verdadeiro do falso.

No movimento humanista 

— e o que é beneficiado.

Uma ideologia 

baseada no amor ao próximo 

será deveras, necessário!

Nascemos livres e iguais 

Somos seres libertários!


Nice Veloso.


segunda-feira, 19 de junho de 2023

Surpreenda

Fazemos parte de um

Inconsciente coletivo

Que procura enxergar

O lado, sombra da vida

Muitas vezes, não percebemos

- que temos dentro e fora de nós

uma força curativa 

- que acalma e cura qualquer dor!

Não importa se vítima de tanto algozes… Surpreenda!

Seja libertário de si!

Ensine o outro a fazer o mesmo!


Nice Veloso.













sábado, 3 de junho de 2023

Noite chuvosa

 Noite chuvosa



A chuva cai gotejando o tempo

Do passado no presente

A alma murcha vagueia

Naquela velha estrada

Onde sempre esteve

Ao redor do nada!

Hoje, revendo as fotos

na minha mente

— percebo quantos monstros 

alimentei em pensamentos!

Sem perceber o abismo

que me cercava

— encolhia-me entre as folhas

da frondosa mangueira

para esconder a minha tristeza!

Ali, onde o canto do sabiá

acalentava os meus sonhos de criança!

Hoje, compreendo as queimadas

no roçado da minha niilidade!

Do meu quarto, eu vejo as montanhas sombrias das crenças.

Do amor, que num desfiladeiro escapa

— caindo no lago que só reflete mágoa!

Arranhando as nuvens

Carregadas de medo!

Continua chovendo!

Eu, a espera que a noite vire dia

o sol ilumine e clareie na minha mente

— as fotografias!

 Transforme em poesia

— o real e a fantasia!


Nice Veloso


Vinte e sete de maio de 2023

Poema e Micro Contos





 

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Canto de um colibri

Neste caminhar sozinha
Nesta longa estrada
Muito aprendi mas,
Quase não sei nada
No tempo um vazio,
Sua voz se cala

Vou misturar o canto
De todos os pássaros
Do meu lugar
Para recordar o seu canto
Cantando cantigas
Pra me ninar

Cadê os nossos arvorêdos
Nossa passarada
Os nossos passeios
Orvalho madrugada
Não sei se Led Zeppelin,
Cordel ou Luiz Gonzaga

Me fazem sentir tanta falta
Do lindo canto de um colibri
Eu canto pra deixar fluir
O amor intenso
Que tenho em mim!

(Nice Veloso)

 

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Apenas um sonho


Sigo pelas ruas da minh'alma.

Olhando a paisagem que restou.

O ar sombrio da saudade

das folhas que o vento Levou!

Nas paredes úmidas do olhar

— debruço-me nos sonhos, a sonhar!

Sigo a minh'alma em sonho

até a outra parte de ti:

Vejo um anjo adormecido

— sem saber e sem sentir.

A misteriosa vida

Fez-me logo refletir:

quem não ama, não vive

não tem jardim para cuidar

não conversa com as estrelas

nem aparecia o luar!

Não sabe que tudo é sonho.

Nem vive os arroubos do mar!

Vou bordando a minh'alma.

Com retalhos criativos

Com a linha das emoções suaves

Os meus sonhos vão cerzindo!

Arremato as incertezas

num estado meditativo.

Num sonhar sem sentir medo.

Sempre belo e altivo!


Nice Veloso.


SSA, 14 de abril de 2023

quinta-feira, 30 de março de 2023

Montando as cenas

Sigo montando as cenas

de uma peça de teatro.

Tentando concatenar ações

entre tempo e espaço.

Da vida que não vive:

está sempre em quarentena

— querendo encontrar um tema?

Na sintaxe do pensamento

O visto e o imaginado…

Palavras são pássaros

saindo em revoada!

Ficam rodando em círculo

— ao redor do nada!

Para fechar a cena

Num ato derradeiro

Vida e morte se confundem

dramas do céu inteiro!

No lamaçal nasce o Lótus!

Flor ao sol em movimento

Homem-Lótus em ação

revela sua essência!

Magia e renascimento!


Nice Veloso 


SSA, 26 de Março de 2023.

Falando de amor


 

terça-feira, 21 de março de 2023

Terra morta, vidas secas.

Quantas personagens
neste universo estilizado
Veem sua imagem e semelhança
desgastada entra alma e mundo!
Quantas vidas secas
surgem das sombras!
Buscando coisas sem sentido…
De tão superficial
— já nascem semi mortas, e com falácias ocas!
O abismo cresce, quando querem plantar
vidas secas em terras já mortas!
Tudo morre à míngua
Ninguém presta atenção nas palavras do outro!
São sombras de sua própria linguagem e/ou de seu olhar!
Assim seguem as vidas secas
Carregando um trem de corda inútil no peito
Querendo uma sombra
— de resto!

Nice Veloso.

SSA, 20 de Março de 2023

segunda-feira, 13 de março de 2023

Cem mulheres


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Sonhos de luar





Vejo o teu rosto
Tatuado nas manhãs esvaecidas de saudade!
As tuas palavras soltas ao vento
Chegam feito flores vivas
na minha mente!
Recordo-me dos teus olhos de mar
— a derramar ternura no meu olhar!
Quando o sol-posto
— na poesia da vida
sempre haverá um lugar:
Pois, o sol quando adormece
somos sonhos de luar!

Nice Veloso

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Bordado de mim

Um dia verei o seu rosto

ingênuo novamente!

Livre da rudez do tempo.

Livre das sombras

embriagadas do esquecimento!

Banhando os meus dias de sol!

Com o olhar das nobres artes,

embalando-me com um café

com açúcar, bem quente!

Sem nenhum adstringente.

Não mereço café amargo.

Tudo que fiz foi em silêncio!

Até as estrelas sabem e sentem!

A seda bordada de mim

Em ouro do amor fraterno

Decora todo o espaço…

Reciprocidade — um sonho a ser alcançado!

Mesmo que seja

nos braços da eternidade!


Nice Veloso.

 

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Vinde Mulher Guerreira

Ao cair da tarde

Choveu prata

Prateando o negro-azul do mar!

Onde as águas  ocultam

Misterioso canto

Ancestral a acenar.


Vinde mulher, a vida!

Trazendo tua essência

De amor

Vinde mulher guerreira e forte.

Fortaleza é tua luta

Banhada de mar de Vitória.


Mulher nobre.

É a dança do poeta.

Vibrando as cordas da tua alma!

No alaúde das cavernas

Clamando aos céus

Iluminar as trevas!


Benedito seja o teu nome.

De mulher poeta!

Jogada no penhasco

Da incerteza

Rompendo os mares

Do preconceito

Caindo no mar da ingratidão!


Ainda hoje escuto

Teu sublime canto

Vindo da alforria

Dos teus versos

Arcanjos tocam as trombetas

Numa dança secreta

Quando morre um bardo

Nascem outros poetas!


Nice Veloso.



ALDRAVIA


Pérola 

Negra

Lágrimas

Resistência

Sonhos

Fomentando


Nice Veloso 


- Maria Firmina dos Reis.

Tributo a uma negra Úrsula

 

Terra “sem-lugar”

No mundo tudo tem forma

D'um jeito bem peculiar

Transforma e perece

Um dia serás pó

Nesta terra, “sem-lugar”!

A alma genuína

fica latente.

Não sofre alteração

A pura essência

É que de fato

— nesta vida tem valor!

Que a minha alma

seja fonte de alento

Não se entregue ao desgosto

nem se deixe blasfemar!

De toda a água que jorre

da cachoeira do humanismo

— em mim, se torne mar!

O meu corpo sente

As marcas do tempo…

São mudanças a todo o momento!

Procuro manter a calma

Sentindo o frescor que vem da alma!

Com justiça, com empatia

Espalho poesia e amor

Para a criança que fui

Orgulhar-se de quem sou!


Nice Veloso.



•DIREITOS AUTORAIS


•Gostaria de lembrar a todos que os Direitos Autorais estão protegidos pela Fundação Biblioteca Nacional e Ministério da Cultura. Tenho Certificado de Registro ou Averbação de toda minha obra. Obrigada!!!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Claraboia de vidro

💢💢


Escrevo o que me vem à telha

O que observo, o que sinto

através, da claraboia de vidro

— da vida de mim!

Lanço-me no portal do tempo

Para alcançar-me num momento

Em um destes portais

Encontrar o belo

Os nobres sentimentos!

A arte imortal

Do próprio tempo!


Nice Veloso



Sei

Sei que o amor

preenche os espaços vazios da terra!

Onde as montanhas se desmoronam

sem laços e sem elos de amizades

estremecidos nos destroços do mundo

— entre ruínas sombrias da vida!

Os poemas sem palavras

que os poetas gritam, das estrofes sentidas

— na sua base ecoa estremecidas.

Ao invés de humanidade

É a bebida amarga e o ópio

— que nos é oferecida.

Os desvairados, nem se tocam

— tamanho é o abismo!

O poeta sabe sobre o amor.

Sabe de suas experiências subjetivas.

Vive numa busca constante

Valorizando a vida!

O sol deixa claro a niilidade.

Dos que não se alimentam de poesia.

Nem das mais belas melodias!


Nice Veloso.


DIREITOS AUTORAIS

●Gostaria de lembrar, que os Direitos Autorais estão protegidos pela Fundação Biblioteca Nacional e Ministério da Cultura. Tenho Certificado de Registro ou Averbação de toda minha obra. Obrigada!!!


 


Tarde outonal




Poeminha de amor e Café com saudade



 

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Mar de tanta peleja

Sol a pino segue a esmo o sertanejo.

Leva esperança no alforje

a alegria na algibeira

na sombra do Juazeiro

deita os seus sonhos na rede

deixa o vento balançar!

As mãos calejadas de duras jornadas

São virtudes forjadas no seu coração!

Tem braços fortes, não teme ao cansaço

Caminha sem pressa, com os pés no chão!

Se a tristeza insiste em lhe acompanhar

Ele deita na rede e aprecia o luar

Ouve o cantar dos passaríamos 

varando o silêncio do lugar!

O sertanejo vive à míngua

Sem chuva e sem o que plantar

No brilho de sua enxada

— sobrevive ao Deus-dará!

Padece sem sentir a terra molhada.

Sem ver no tempo a viração

que sopra boas, semente

para fazer a plantação!

No mar de tanta peleja

— dos homens sem coração.

Maldizem do sertanejo

— sem conhecer o sertão!

O sertanejo sobrevive

Em meio a saga do sertão!


Nice Veloso. 


Eternamente fã

Numa manhã de agosto, tudo acabou!
Meu horizonte estava mudo!
O rei do Rock se foi! Cantar e encantar em outra dimensão!
Por quê, baby? Tão cedo você nos deixou?
E eu falava para mim!
— o anjo lindo partiu! Agora tudo acabou!
Aos prantos, refugiei-me na praia…
— não mais verei os teus olhos azuis, a tua boca charmosa, numa performance eletrizante... O teu corpo mexendo para mim! Num delírio de estrela!
Era dono de uma voz apaixonante. Ah! Guardei em mim o teu encanto!
Calei o meu pranto de saudade e dor!
Só restou, o meu sentimento de amor!
Registrado para a posteridade
Antes que seja tarde!

Nice Veloso.