Pages

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Medos que persistem da infância

Sinto-me triste, agora!

Ao lembrar

das nódoas nas minhas roupas 

que adquiria na infância 

quando brincava entre os cajus e bananeiras

A minha mãe, batia-me por isso

— não se compara

Com as páginas escuras

da vida que vivencio a cada hora!

A névoa que encobre o sol de quem padece!

Com os gemidos que ecoam

Dos quatro cantos do universo. 

Os meus olhos vermelhos

transbordam lágrimas

da dor no peito que não se acalma

do frio vento que dilacera a alma!

Sonhos perdidos no tempo 

Feito sementes plantadas em lajeado. 

Vejo anjos de asas quebradas

Profecias que não se enquadram

São páginas da vida, manchadas!

Tudo por uma vaidade ridícula.

Mentes doentias

Querendo fazer-se criador

Ceifando vidas por amor?

Fazendo crer

Ao pobre desditoso

Que o seu intento é virtuoso!

Ah! Que melancolia lancinante!

Os medos que persistem, da infância!

Dos homens mascarados encobrindo

O seu real semblante!


Nice Veloso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário