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domingo, 28 de julho de 2024

Qual é a cor da liberdade?

Qual é a cor da liberdade?


Penso que seja azul.

No céu transitam bons ventos.

Vindos do Norte ou do Sul.

Sem amarras, sem tormentos

Prisões, crimes ou enganos

Sem viver de modo pândego.

A cor da liberdade

Vai do chão ao firmamento.

Voa no céu azul do encantamento!


Nice Veloso.

Momentos.


 Momentos.


Tudo que tenho

São lembranças de momentos 

perambulando na mente

a me levar no balanço 

da mangueira e o canto do sabiá.

Com a lata d'água na cabeça.

Eu subia e descia a ladeira 

da fonte sem reclamar!

Tio Luiz e mãe Maria

Sentados no peitoril a prosear.

Ainda sinto o sabor dos bolos de chuva.

Feito no fogão a lenha

em dias de chuva ou de sol.

Tomando um bom gole de café!

O meu desejo de ser, era maior!

Nas manhãs cheias de brumas

Andava entre os arvoredos 

para comer ingá.

Conversava com o imaginário…

Colhendo razões para pensar.

Nem tudo é só tristeza!

Feliz de quem tem bons momentos

para sorrir ou chorar!

Às noites, candeeiro apagado

o tapume das estrelas a me guardar!


Nice Veloso.


Flores e gestos

Flores e gestos.


Nesta manhã tão risonha

Percorri os pontos cardeais

Deitei sonhos nos umbrais

Vejo poesias iguais!


Poemas são pérolas divinas.

Como o sofrimento das ostras!

Transformam areia em versos.

Perambulam entre flores e gestos!


Nesta manhã

O mar está carinhoso

Traz-me sonho deleitoso.

Vejo o sol beijando o mar.


Na areia desenho o teu rosto.

A olhar-me absorto.

No vai e vem das ondas:

sou o mar beijando o teu rosto!


Nice Veloso.

 

Endoidecida de saudade.

Endoidecida saudade.


Vivo endoidecida de saudade

De tudo que se foi sem despedida.

Foi-se o amor a ternura, a amizade.

Ficou a dor lancinante da partida.


Queria do tempo, lealdade.

A minha alma vive inconformada.

Pisando o pó da minha estrada.

Vendo a insofismável verdade.


Na concretude da vida

Vivo em contendas com a verdade.

Vivo em choque com a realidade.


Peço ao tempo vista branda.

Quero ver o amor em plenitude.

Quero ficar em paz com a solitude!


Nice Veloso.

O grito


 O grito


Já me dói os versos de outrora!

Que refletem no olhar exausto!

Dividido entre a raiva e a ternura.

Vejo rugas no meu rosto fausto!


Sou mulher de fase como a lua.

Flutuo como quem fora esquecida.

Nas veredas do olhar vive nua.

Vive sempre em despedida.


Ouço a canção já tão esquecida!

Vejo sombras nas noites sem lua.

Vejo flores na solidão da rua.


Do céu ouço a palavra.

São vozes em forma de grito.

São poesias do recôndito infinito.


Nice Veloso.


Esperança num fio de ar.


 Esperança num fio de ar.


Os meus versos são de puro espanto.

As lágrimas que de mim, jorrar

— são de confissão.

As duras penas do que pude encontrar.

O mundo de entorno oferece:

poso para os olhos

o sustento para os pés.

É fonte de melodia para os ouvidos…

São melodias de quem chora

em desalento!

Ver o destino sem poder:

mudar o rumo.

Viver o vezo d'uma época

que não faz nenhum sentido…

As mariposas fazem parte

— do Carnaval subjetivo.

Ficam ao redor da lâmpada

— entre a luz e a escuridão

vigiando a solidão.

Na rua deserta

por onde não passa ninguém 

— somente a poeira das horas

que me faz soluçar!

Afogando-me na fonte.

Do meu magoado olhar!

Respiro esperanças num fio de ar!


Nice Veloso.


SSA, 16 de julho de 2024.

Pulsar poético

 


Pulsar poético. 


Bem que eu poderia estar alegre.

O sol brilhando

O céu está azul e luminoso.

Contrastando com o meu interior.

Brincando de morto-vivo.

Debruçada em sonhos

Vejo as ruas, desertas de mim.

Um relógio trabalha apressado

Em desassossego

Para chegar ao fim

— no infinito de mim!

Onde jaz uma ânsia

De vislumbrar um novo porvir!

Lá onde o tempo não seja seco.

Nem as horas sejam nulas.

Porque, quando anoitece

Saio à procura de rimas e versos.

O luar é meu pulsar poético!


Nice Veloso.

DIA MUNDIAL DO ROCK🎸🎶

DIA MUNDIAL DO ROCK🎸🎶


🎶🎸🤘🎸


Se falta um pedaço de me

É no solo da guitarra que me vou encontrar.

Mesmo que eu possa rir ou chorar

O meu coração se enche de amor

Na veia pulsa o Rock in Roll.


Nice Veloso.

 

Ilusão



 

sábado, 27 de julho de 2024

Piedade!

Piedade!


Caminho pela vida

Tecendo versos sob a névoa.

Com fios desbotados de incerteza.

Sem enxergar o futuro com clareza!

Tento tingir de esperança

As imagens que tenho da infância.

Os colos que me acolhia.

Onde o melhor de mim, acontecia!

Os instrumentos de mim se encontravam.

O meu ser era uma sinfonia!

Distante do que fui

Penso nas almas submissas

— como a minha.

Que carregam sonhos inúteis

— enrodilhados!

Põe para secar nas ruas da utopia!

Da janela vejo a fome em cores vivas!

A consumir de aflição

Tanto ser vivo!

A indiferença é o seu maior castigo!

Aos céus peço-lhes piedade.

Viver como as estrelas vivem...

Brilhando em liberdade!


Nice Veloso.