Fábrica de ilusões!
By: Nice Veloso
Foi assim que tudo aconteceu
- entre a sombra e a luz
Que pairava na alma do mundo!
Uma sinfonia de paz ecoou no universo
Era fundada a Orquestra Sinfônica Brasileira
Em, 17 de agosto de 1940.
Reconhecida pelo pioneirismo de suas ações!
Tempos escuros, porém, elegantes
Batom vermelho
Contornando nos lábios
Sombra neutra nos olhos
Mocassim ou plataforma
Assim eram os sapatos.
Às vezes eram pesados
Refletindo austeridade nos pés
E a incerteza no olhar!
A efervescência nas rádios que tocavam:
Mamãe eu quero mamar
Batuque no morro
Noite de luar
São músicas que embalavam
Os corações aconchegantes...
Ao menos enlevado
Por alguns instantes!
O ano de 1940 não foi fácil!
Porém, o cinema estava lá.
Ditando moda
Era o guia de inspiração!
Das saias rodadas ou preguiadas
Um cenário de luxo e beleza
Uma forma de gravar no imaginário
"A necessidade de lucrar com a leveza"!
São as sombras
Dos malditos mandriões!
Temperatura alta em escapismo
Da fábrica de ilusões!
Os filmes eram comédias
Para entreter e refletir
Sobre o social.
Quando os sinos Dobram
Como alerta de consciência
Mesmo um Grande Ditador, sabe:
A felicidade Não Se Compra!
No cineteatro
Os musicais
A Laranja da China
O Simpático Jeremias!
Trouxeram alegria às noites sombrias!
O céu de maio estava luzente!
Trazendo esperança
E um pouco de dignidade ao trabalhador.
O então presidente Getúlio Vargas
Fixou os valores do salário mínimo
Que começou a vigorar no mesmo ano.
A ciranda roda e embriaga!
Luz para uns, treva para outros
O Brasil do carnaval!
Pobre que sofre e do rico que mais enriquece!
Do trabalhador que enfrenta dificuldade!
O mundo com seus sonhos usurpados!
De uma nação que delira
Sem que o cidadão perceba
Que tudo é efêmero!
Que se sapateia num mundo
Que oferece mais circo e ópio
Do que a grandeza de ser gente!
O brando céu de estrelas
Salpica as algemas sangrentas
De gente forte!
Do poeta, mais sentido
Nos versos, ir ao fundo
Para encantar o mundo!
A ficção e a poesia
Passaram ter novo estilo na estrutura da linguagem.
Preocupados com a formalidades e a 'dignidade'
Da linguagem e dos termos tratados nas obras.
"Em 1940, o prêmio Nobel de Literatura
Não foi atribuído, porém
O Prêmio Machado de Assis
Foi destinado a Tetra de Teffé."
Do alto da montanha o poeta
Atira as suas palavras
Como se fosse um profeta
Com o semblante afagado
Por um sorriso
Para que o povo as ouvisse
De alma e mente aberta
A todos os afetos
Num respirar profundo
Por que todo poeta sabe:
Só o amor transforma o mundo!
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